06 outubro, 2009

Agora é proibido dar opinião?

Estava indo dormir quando li essa notícia na Geek: Blog paulistano é censurado após publicar resenha desfavorável a bar (http://www.geek.com.br/blogs/832697632/posts/11085-blog-paulistano-e-censurado-apos-publicar-resenha-desfavoravel-a-bar).

Pronto, não resisti, resolvi vasculhar, tanto mais porque conheço pelo menos dois dos donos do site “censurado” (Resenha em 6 - http://resenhaem6.blogspot.com/) e sei que eles gostam de dar suas opiniões da forma que lhes vierem à cabeça. Não que isso seja ruim (claro).

Curiosidade é um problema, já dizia que matou o rato. Mas o que ele queria saber?

Enfim, li as notícias do burburinho, li opiniões diferenciadas, vi um vídeo de propaganda do bar, claro li o post que transcrevo abaixo e resolvi entrar no barco dar a minha opinião também, esse é o legal da interne, escrever sem papas na língua nos dedos. Aliás, será que serei comunicado extra-judicialmente por vincular a notícia?

Bom, nos ‘finalmente’ achei alguns absurdos, vamos enumerá-los:

a) Ponto negativo do Blog Resenha em 6: tom jocoso, comparação medíocre e generalização, ótimos motivos para arrumar confusão.

b) Ponto negativo ao pessoal do Boteco São Bento: dar-se ao trabalho de comunicar extra-judicialmente o blog solicitando a retirada do post do ar.

c) Ponto negativo do Blog Resenha em 6: acatar a solicitação e retirar o post do ar.

d) Ponto negativo do Boteco: não utilizar o post para um marketing positivo.

e) Ponto negativo geral: blogosfera gritando pelos ares de censura. Dã.

Vamos aos primeiros comentários dos tópicos acima: por que diabos não utilizar um pouco de bom senso ao usar palavras agressivas para expressar a opinião? Há diferença entre mandar a puta que o pariu e “que vá para ...” (você preenche a lacuna), serve de senso de medida e também de um pouco de educação. Mas enfim, palavrão e ambigüidade é um dom da nossa querida linguazinha que se encaixe nos lugares devidos. ;-)

Sério, comunicado extra-judicial – foi o que? Uma cartinha? Um e-mail? Um telegrama? Um pedido ou alguém implorou encarecidamente e isso virou um estopim que já virou boato e por ai vai? Por que diabos tucanar o comunicado? É direito do dono do bar pedir, é direito do blog negar, é dever do juiz julgar e é nosso dever PENSAR. (espero que o recado da entrelinha sirva para alguma coisa).

Mas espera ai? O dono do bar não deveria investir um pouco mais em marketing ou em melhorar o site do boteco ao invés de perder tempo brigando por ninharia? Ou utilizar o estopim de maneira criativa e gerar um belo viral e convidar quem queira conhecer e discordar? Utilizar isso a favor e não como um marketing negativo? Enfim, cada cabeça sua sentença.

Ainda assim, não concordo que o post tenha sido removido, como saciaríamos a nossa curiosidade? Por isso, louvada seja a internet, nada que uma busca não faça e eis o dito cujo do post do resenha em 6 (seis linhas)

Depois da Faixa de Gaza e do Acre, este é o pior lugar do mundo para você ir com os amigos. Caro, petiscos sem graça e, principalmente, garçons ultra-power-mega chatos: você toma
dois dedos do seu chopp, quente e azedo que nem xoxota nos tempos dos vikings, eles já colocam outro na mesa. E se você recusa, eles aindaficam putos. Só tulipadas diárias no rabo para justificar tamanha simpatia no atendimento.

  • Fui no da Vila Madalena. Dizem que o do Itaim é ainda pior.
  • Para dicas de botecos que valem a pena, leia outras resenhas aqui
  • Siga o Resenha pelo Twitter antes que eu bote outro link na mesa.

Resenhado por
Raphael Quatrocci às 23:22

Usando um artigo de 1934 do “O Jornal”, - "Não se pode concordar com o sr. Fulano". Muito bem. Mas com que diabo, então, se deve concordar, a propósito do assunto em questão? Eis aí a pergunta que fica sempre, sem resposta. (...) Prefiro que falem mal, que arrazem. Prefiro, mesmo que não falem nada, o que se diz ser o pior de tudo, mas que, francamente não é tão ruim assim. (...) Além desta falta de compreensão das categorias intelectuais, me irrita, também, muito, nos critérios, um certo jeito de dar por assentadas, por pacíficas, as ideiazinhas pessoais deles, e de julgarem assim, de plano, as do autor. Não consigo me explicar bem sobre este ponto. Quero me referir aos homens que dizem mais ou menos isto: "O sr. Fulano é muito interessante, escreve muito bem. O seu livro é bem feito, embora não se possa estar de acordo com as suas idéias, ou com as suas conclusões, etc.". E encerra a crítica sem dizer com quais idéias não se pode estar de acordo, ou quais são as que outras idéias que derrotam estas com que se não pode concordar. Enfim, uma maçada! Não há nada mais fácil nem mais covarde do que o sujeito se escudar atrás de uma pretensa e inexistente unanimidade de opiniões contrárias às idéias do autor, e, assim, derrubar malandramente o que ele afirma, sem apresentar nada que o substitua”.

UMA OBRA RABELAISIANA* - Afonso Arinos de Melo Franco

Não, não concordo que o post tenha sido removido. Concordo menos ainda com a falta de jeito do empresário ou com as opiniões de “censura” colocadas por ai, é tão fácil alardear nos dias de hoje que chega a ser cansativo ler as opiniões das pessoas.

Se houve o comunicado extra-oficial-judicial ou o diabo que for e os donos do bar se rebaixaram ao ponto de chamar a atenção oficialmente o blog, desculpe, assinou embaixo uma total falta de senso crítico.

Todos têm direito de opinar, falando mal ou falando bem. Um pouquinho de marketing em cima poderia reverter o fato para um ótimo chamariz para o bar, e tenho sinceramente minhas dúvidas sobre o fato, mas não vem ao caso.

Enfim, não dou minha opinião favorável ao comentário do resenha em 6 devido ao tom de deboche e ao péssimo gosto da resenha (se é que se pode chamar aquilo de resenha), mas enfim... internet é isso. Marketing é saber lidar com as opiniões avessas sem se dar ao trabalho de criar um reboliço.

Sim, perdi tempo divagando sobre o assunto e perdi tempo lendo o buchicho da internet. Mas a minha colaboração vai para que o post se imortalize e que isso seja difundido ao menos nas minhas apresentações de marketing.

Por que não se safar como as havianas no comercial da avozinha que falava de sexo tão abertamente? Aliás, por que coibir o comentário do rapaz que não curtiu o lugar e achou caro (caro quanto?).

Atendimento sim é fundamental, mas até ai, use o bom senso antes de gritar aos 4 cantos de censura, ou ainda assim, de comparar o Acre ou xoxota no tempo dos vikings com o chopp? Ou ainda de falar que beber wisky é muito mais “clássico”. Enfim, classes, opinões divergentes devem existir. A internet e um lugar que podemos opinar livremente, e acho que tudo não passou de uma bela perda de tempo que ganhou proporções exageradas para o tamanho do descontentamento. Mas é disso que estamos falando, da web, de viralização, de liberdade de expressar-se.

E eu, digo. Boa noite por que cansei o meu saquinho com o assunto.

E para vocês não reclamarem, segue o videozinho do bar (o marketing deles – o comercial, claro foi pago para ser produzido) dá até vontade de conhecer vendo o filme, mas me diz uma coisa? E nossa liberdade de escolha, é mais fácil gritar que eu vou ou não vou? Eu sei lá se irei, digo que não por que não tem minha cara, mas enfim... que assim seja a internet.

 

Um comentário:

  1. Eu vi esse lance do blog, inclusive a Ji q mandou lá na cst, c vc visse os comentários...era uns a favor do dono, outros a favor do blog, só sei q rendeu pano pra manga!!

    Cruz credo!
    Num to a fim de beber nada com gosto de xoxota azeda...

    Fui!

    Bjs

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