07 maio, 2011

Filosofismo barato da madrugada…

Levantei da cama e vir colocar no blog tudo o que não estava me deixando dormir. Quem sabe agora, cego, surdo e calado, poderei adormecer sem mais pensar que o mundo é mundo por que decidimos assim…

Acho que foram poucos os textos que produzi atualmente diante daqueles que fiz quando estava na graduação. Lembro-me do meu deslumbramento diante das informações e da necessidade de coletar artigos e catalogá-los para o blog.

Naqueles dias, e não faz tanto tempo assim, no blog no live espaces, escrevia sempre que era possível para organizar a informação que eu descobria. Hoje é um pouco diferente. A quantidade de informação é tanta que não sei nem por onde começar a catalogar ou mesmo colocar em textos.

Minhas viagens vão desde tecnologia a filosofia. Pois é, fui apresentado a tanta gente ultimamente que eu não conhecia. Prigogine (que não é filosofo, mas tem umas ideias...), Kant, Heidegger, Nietzsche (que pincelava na época de gósmico), Wittgenstein, Russel, Descartes (que só havia ouvido falar na escola), Foucault, Hegel... É tanta informação que minha cabeça tem dado voltas e mais voltas sobre as teorias que vão de Caos e Física Quântica a Platão, Sócrates e voltam para Levy.

São tantas teorias que se misturam com tanta coisa que descubro que não tenho nem ideia que chega a ser assustador pensar que depois de tanto ler e estudar ainda sou um Zé ninguém. Que a quantidade de informação que consumi é tão pequena nestes trinta e poucos anos que me faz crer que minha base é tão frágil.

A minha frente vejo uma escalada tão grande e tantas descobertas que me assustam. As ideias se eclipsam e ao mesmo tempo se revelam tão brilhantes. Não tenho conseguido distinguir o que é ideia minha daquilo que leio, nem de onde li.

Por exemplo hoje, comprei uma revista de filosofia para ler um pouco mais de Heidegger. Enquanto lia, minhas analogias iam e vinham de maneira absurdamente rápidas e ciclos que parecem ser contraditórios.

Misturo teoria de sistemas, a discussão de tal fulano está certo ou errado e penso: todo mundo está certo, pois a soma de todo mundo gera uma outra fonte de informação que ligada a outra gerará outra e assim por diante.

Consigo, na minha ignóbil ignorância, contrapor estudos de anos e mais anos e gritar com minha mente: será que ninguém percebe o que está diante do nariz? Que tudo faz parte de um aglomerado baseado em sim ou não?

Nossas decisões, por mais difíceis que seja, são traduzidas por vários sim ou vários não. Você que comprar um livro, pode pensar o que for, acreditar naquilo que desejar, você chegará ao sim, quero ou ao não, não quero.

Para discordar de alguém basta falar tanto quanto possível ou pensar: não, você não está certo não. São três afirmações negativas. Soma-se a outras tantas que foram relacionadas a conhecimentos técnicos, vivência, explanação, pensamento e você chegará ao sim e ao não. Ou não. Não sou eu que sou o certo e não é você, pois a minha e a sua discussão darão aqueles que nos lerem uma terceira opinião com ênfase naquilo que a outra pessoa tem de bagagem.

A rede de informação, o sistema de aprendizado, a cultura pessoal seja aquilo que for, só são o que são diante daquilo que decidimos crer ou não crer.

Enfim. É uma pirâmide de informação ou um circulo de ligações infinitas. É também uma pirâmide de ligações e círculos infinitos pois tudo depende daquilo será decidido. Podemos viajar num texto com este e passar anos discutindo e apontando. Você está certo ou errado, e no final, o que contará mais será a nossa discussão e a conclusão da pessoa que participar daquela discussão, pois com o tempo, ela acumulou a minha a sua e as experiências dela e traduziu tudo para bla bla bla wiskas sache.

Agora d que vale dizer que Descartes estava errado e que nada daquilo é aquilo se ao menos conseguimos afirmar isso ou aquilo para além de nossa própria decisão em aceitar ou rejeitar?

No final acredito que tudo está na somatória, no ciclo eterno do IN YANG ou do Ouro boros da ligação eterna que sempre se findará ao recomeço depois de tanta discussão. E no final, poderei dormir em paz, pois tudo o que me fez levantar e vir digitar feito um doido as 3 da manhã depois de um dia de trabalho está em um texto que talvez eu nunca mais lerei.

É isso. Boa noite.

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