19 julho, 2014

Previsões

Engraçado como titular por "previsões" me remeteu a estoque, guardar para um futuro próximo, uma visão quase apocalíptica e complementar em destino daquilo que resolvi escrever hoje. Nem era essa ideia, mesmo porque me parece que graça a prazos de validade, capitalismo desenfreado de comprar e comprar, gastar adoidadamente por supérfluos e um conforto mínimo, estoque seja uma ideia tão despropiciada de argumentos válidos e fatídicos, pelo menos aos meus conhecimentos, que a mim, soa muito estranho.

Numa era apocalíptica de guerras, fome, sede: como você manteria um estoque de sobrevivência sem armas e com tudo tendo validade? No mínimo seria um abrigo sustentável, que produziria seu abastecimento, mas e a água? Como tornar a água sustentável se não existente "novos" mananciais e quando falo isso, não estou me referindo aos inacessíveis, estou falando de novos mesmo, surgidos "do nada". Chuvas? Ácidas. Difícil.

Do meu quarto andar, que é sétimo, no centro da metrópole, com o ipad na mão. Se eu não for abastecido, ou não tiver dinheiro, não sei como obter água em uma situação crítica. Retirar de cactos via Uma série, mas não há cactos na região. Exagero? Sim. Estou indo a extremos... Mas é possivel, é um caminho. Mas como disse, estou fugindo devido ao titulo com conotação dupla. E me empolguei com outro assunto para variar.

Mas eu sei: Não, não consigo nem imaginar. Como em uma Era como a de hoje, olhando apenas pelo lado positivista: conforto sobre conforto de uma metrópole e do meu sofá (que nem tenho) e um garrafa d'água mineral ao lado eu seria, eu poderia mudar alguma coisa?

Essa dúvida me incomoda tanto, tanto. O que realmente poderia ser feito para mudar o rumo catastrófico, que me parece em quase todas as analises e filosofismos que tento, de um jeito real? Tudo parece-me maquiado para obter sua própria sobrevivência.

Motivo da minha indagação? Vários. São Paulo sem água, notícia de um supermercado que anuncia a venda dos legumes despadronizados mais baratos como se estivesse fazendo um bem a fome do planeta. A mídia que compra batalhas antagonicas em época de eleição de políticos, que na sua grande maioria, me parecem fantoches preocupados em ser belos por fora e sem objetivo claro e concreto. Vendemos imagem, mas o que está debaixo das cascas?

Minhas previsões, ao estilo finada mãe Dinah, para os próximos anos.

Seremos todos ainda mais egoístas. Nós e a próxima geração. A próxima, talvez, pense societariamente.

Corrompimento dos grupos. Esse ainda vai demorar. A reestruturação de sindicatos para aquilo que eles foram criados e, uma pena, eles dependem da mudança do conceito das pessoas.

Desespero pelo seu lugar ao sol ou submissão geral. Dai o cataclisma.

Vou parar por aqui, caso contrario ficarei deprimido. Então qual a solução? Não sei. Penso muito no desapego, na entrega, na fé, no trabalho mas todos esses sucumbem ao fato da necessidade e sobrevivência. Na entrega completa que, ao menos eu, não sou capaz sem amor. E quando falo de amor, consequentemente penso em renuncia ao ego, a entrega ao próximo em busca do equilíbrio ao que se quer e ao que se conquista.

Você ama? Você não ofusca, você se preocupa, mas deixa ir mesmo que sangre em cacos sua alma. E então, vejo as mesquinharias, os egos, os desejos que sobrepõe tudo isso. A não entrega, a paixão. Amar, ao meu ver é apostar tão alto que ao se quebrar a banca você estará nú (figurativamente) diante dos seus inimigos. Estará entregue e despedaçado. Pronto para dar sua vida pelo seu erro, como conviver com isso?

Quando leio sobre "idolos" que mudaram o mundo, leio sobre essa entrega. Mas não os conheci, seriam eles pessoas comuns ou eram predestinados que colocavam o outro em primeiro lugar ou eram egoistas tambem?

Toda vez que penso em mudar o mundo, penso que eu deveria mudar primeiro. O problema disso é para quê e por quê?

Vou lá fazer café e pensar um pouco mais...




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