OK. antes de comentar sobre o livro Amor Vampiro, coletânea de contos de grandes amigos e escritores fantásticos, estava passeando pelos meandros da Uébi quando trombei com o texto abaixo no flog (www.fotolog.com/oba_lavemela) e claro, devido à qualidade, foi devidamente copiado e colado aqui. Achei-o muito interessante, apreciem, pena que não sei o autor.
A DESPEDIDA DO AMOR
Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no final do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel. (Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim?) Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitos reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se dar conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.
OK. Esse post originalmente era para comentar sobre o livro Amor Vampiro e agora assim o será. O livro é uma coletânea de contos de grandes amigos e escritores fantásticos. Foi lançado em janeiro, como comentado no primeiro post desde blog, e esperou pacientemente pelo término do último que eu estava lendo na época (Os catadores de Conchas - comentado aqui) e surpreendeu-me pela diversidade de bons contos ali existentes, tanto que comentarei autor a autor os contos do livro (coisa difícil até na época que eu participava ativamente do grupo Tinta Rubra lá pelos idos de 2000).
Enfim, simbora:
Adriano Siqueira
- O outro lado do espelho
- O dia dos vampiros
- A grande chance
Três contos ao modo Adriano. Simples, claro, “quase” realistas e objetivos. Aliás, às vezes dá uma quase raiva do poder de simplificação e de ir direto ao assunto nos contos do Adriano, deixando uma vontade de ler um pouco mais. Foram três contos, com assuntos diversos: o primeiro de uma passagem de uma bruxa para o sangue, o outro uma cena pitoresca quase real em uma casa noturna de São Paulo no dia dos Vampiros (eternizado pela Liz Vamp como sendo 13 de Agosto) e o terceiro uma divertida surpresa adolescente.
Usarei o poder de síntese do Adriano para parar os comentários e não contar o final dos contos. *rs
André Vianco
- A canção de Maria
Ótimo conto, perfeitamente estruturado, cativante do início ao final. Confesso que não tinha lido nada do André até então e gostei bastante do que li. (Aliás, já me preparava para a leitura depois de ser presenteado com um dos livros dele pela minha amiga Samara). Minha única crítica, e por gosto pessoal, será na ambientação que nos remete às margens do Rio Jordão e ao tempo de Jesus, o Cristo. Embora o conto seja perfeito, os personagens e história surpreendentes, diria que para essa ambientação faltou um pouco de profundidade. Enfim, talvez seja muita exigência querê-la em um conto que jamais poderia ser tão extenso, enfim, recomendadíssimo.
Martha Argel
- A flor do mal
Picante, intenso e fascinante. Aliás, o livro antes e depois desse conto deveria conter o aviso de cuidado: sexualmente excitante. Confesso que foi um dos contos mais longos e que mais me doía largar o livro para ir trabalhar e não conseguir terminar de lê-lo. Tita, parabéns, ficou show de bola o conto! ;-)
J. Modesto
- Amante Notívago
- O anjo e a Vampira
Conde, Condessa, anjo e vampiros. J. Modesto empregou com talento cada um dos seus personagens. O primeiro conto levando-nos a um desfecho um tanto maldoso ao bom personagem (leiam e entenderão). O segundo, uma história que realmente provou que o amor pode ir e vir na luz ou escuridão. Transitório? Não. Eterno. Parabéns J.
Nelson Magrine
- Isabella
Surpreendente. Quase meus próprios vampiros foram convencidos pela série de argumentos usados por Roberto, o personagem do conto. Uma história muito bem formada e lógica. Quase real. Vale pela aventura, pelas gotas de suor e pela sensação de que a morte seria o final. Mais um conto de extremo requinte vampiresco.
Regina Drummond
- A velha, o jovem e o casarão
Lindo, simplesmente bela a contextualização do conto. Inesperado e bem amarrado caminhando para inicio e fim com uma textura de seda. Regina, seus vampiros e escravos foram perfeitos. Pobre Bruno.
Giulia Moon
- Dragões Tatuados
Gaijin-san, você foi enfeitiçado e eternamente amaldiçoado por um amor que vêm e vai e que vai e que segura não só você. Leiam o conto que entenderão o que eu digo principalmente aqueles que, como eu, tentam se desvencilhar de um amor de sangue. O conto da Giulia só não foi perfeito por que faltaram mais páginas para ler. :-D Um amor vampírico oriental como nosso autora que empregou muito bem as idas e vindas e os detalhes da cultura oriental paulistana. Giu. Valeu pelo conto.
Pronto. Contos comentados, recados dados. Recomendo o livro aos amantes de histórias de vampiros de olhos fechados. Deu até saudade dos velhos tempos, enfim, "não há mal que nunca se acabe e nem bem que para sempre dure".
Assim, só me resta recomendar que você se cadastre no grupo Tinta Rubra e aprecie tantos outros contos, pois alguns desses autores ai já participaram muito do Castelo Rubro.
Oi! Agora achei o seu blog, Deusinho. Quer dizer que vc tb anda enroscado com amores-vampiro, hein?
ResponderExcluirQue bom que gostou do meu conto, querido. Afinal, quem primeiro leu um conto meu e gostou - e me convidou para entrar na Tinta Rubra foi vc, né? Bons tempos!!!! ;-)
Beigiunhos!
Muito bom mesmo Raul!!! :-)
ResponderExcluirAgradeço a todos estes comentários que fez sobre o Amor Vampiro e sobre nós.
Eu falei bem do grupo Tinta Rubra no Livro e Falarei pelo resto da minha vida!!!!
abraços muito fortes do seu amigo de sempre
... agora vc falou tudo o que sinto ... realmenteeee.... � verdadeee !!!!
ResponderExcluirbjuuuuu mtooo bom seu blogggg !!!!!!!!
seu blog é ótimo.Visite o meu afterthemidnight.blogspot.com-uma história de romance vampirico.
ResponderExcluire eu coninuarei no seu...
Abraços