25 agosto, 2010

Sonhos 1

Eu ando sonhando muito e o mais irritante, senão interessante, é que meus sonhos tem começo, meio e fim. Alguns têm até título e outros, poucos deles, achei melhor transcrever para um bloco de notas e agora, vou continuar por aqui.

Lágrimas Divinas

Então ele chorou e do céu caíram pequenas gostas que se tornaram uma tormenta e obrigou a todos a irem para suas casas a observarem o céu, esperando que nada pior do que aquelas frequentes inundações pudessem acontecer.

Uma árvore caiu na principal rede elétrica que abastecia a cidade, e não havia mais energia para se distrair da chuva torrencial que despencava.

Sem luz, às escuras, o som da chuva derradeira que caia parecia um tropel.

Em uma casa feita com esmero de tijolos de barro, com uma avó sentada em uma cadeira de vime, observando seus quatro netos brincar à languida luz âmbar que também brincava com as suas sombras sobre o lampião escuro e sujo alimentado por uma vela velha e empoeirada.

A velha, olhou para o céu depois de fitar demoradamente seus netos, observou a chuva que caia:

— Então ele chorou — foi o ultimo suspiro dado naquele casebre antes de um raio arrancar a uma arvore próxima da beira do morro e fazer uivar o deslizamento que arrastou todos para o além.

“Então ele chorou” ecoou por todos os cantos. E vários também choraram, sem notar que ele chorará antes e que aquelas lágrimas caiam através das suas e que suas lágrimas não eram pela transição, eram apenas, por eles, que deixaram de entender quem são.

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