17 novembro, 2008

Divagações antes de dormir

Hoje assisti ao filme a Bússola de Ouro (The Golden Compass) de Phillip Pullman que foi vencedor do Oscar 2008 de efeitos especiais. Pois bem, você deve pensar, ok então é mais um filme que você vai falar a respeito se é bom ou não. Mais ou menos. A impressão do filme é boa, a parte chata é que ele como toda trilogia que querem ganhar dinheiro e usam muita animação, depende da continuação e não é completo. Enfim, é um bom filme para assistir. Mas não é disso que vim escrever aqui.

Na realidade vim para fazer algo que já tem bastante temo que não faço, que é expor algumas idéias desconcertantes da minha visão a respeito das coisas se tiver saco e paciência para escrevê-las ou tentar passá-las.

Ando em uma época que sinceramente acho-me cansado demais para tentar ser líder pensador, ou foco de atenção devido a alguma coisa que acredito ou que tenha que provar. Para isso é necessário ter um pouco de ímpeto e de senhos, e sinceramente acho que tenho consigo me entender melhor com o segundo do que com o primeiro item.

Enfim. Resolvi assistir ao filme depois de ter ouvido sobre ele numa discussão sobre RPG e Literatura Fantástica, qual participei nesta semana que se passou. Ele foi bem comentado , e serviu como base para algumas discussões, não tão aprofundadas e conspiratórias como pensei durante o filme.

Basicamente o filme trata de uma disputa entre alguns poderes e o magistério que faz as pessoas acreditarem que outras coisas desconhecidas ou incontroláveis tornem-se pérfidas e pouco desejadas, o que leva a uma atitude de contenção.

A fantasia levou-me sinceramente a junção da idéia de que atualmente, perdemos nossos referenciais. E que as pessoas tendem a seguir, domesticadas, praticamente a algum tipo de sincronia imposta por outra quantidade de pessoas.

Sinceramente é mais difícil explicar isso do que imaginar. Mas vamos a linha de raciocínio que segui e das poucas conclusões que cheguei, mas que realmente me incomodam e mostram que algumas outras pessoas tentam passar essa idéia nas entrelinhas, e não diretamente e são poucos os que realmente tem capacidade de perceber esse tipo de situação ou detalhe espontaneamente num determinado conceito. É quase entrar numa briga que você sabe que vai apanhar e resolve entrar assim mesmo, mas é necessário.

Hoje grande parte da população é burra. Grande parte das pessoas são burras. E quando falo burras quero dizer ignorantes indesejáveis no sentido mais amplo da palavra. Acredito que a maior parte do tempo me encaixo perfeitamente no estereotipo desse tipo de gente pois faço parte da sociedade e tento de toda forma possível me agarrar aos ditames dela.

Tornei-me burro a partir do momento que passei a aceitar a ser controlado, a cansar de brigar e lutar por tudo aquilo que quero e desejo, sinceramente, sinto um a pontada de inveja da época que fazia algo por impulso simplesmente porque achava correto.

Escrevo como um velho de 100 anos, mas não sou, apenas percebo que a força que eu tinha se esgotou um pouco e que isso impede de dar murros em paredes que poderiam ser derrubadas, o problema é que quanto mais seres humanos burros, mais paredes imbecis imperceptíveis são levantadas a cada segundo.

Como explicar isso: vamos às analogias para tentar chegar ao ponto. Hoje muita gente estuda, lê, informa-se, especializa-se mas para que? Para avanços tecnológicos e científicos que visam facilitar ou prolongar nossa existência, mas mesmo assim, essas pessoas não percebem que muito do que elas aprendem é regido por um “superior”.

Quando falo superior, me refiro a alguém ou um conjunto de alguém que faz com que sigamos um caminho e continuemos por ele por inércia. Que faz com que desistamos de nossos sonhos ou objetivos em prol de um “bem” melhor, maior ou mais racional ou simplesmente para conseguir sobreviver.

Diria até que atualmente nos falta um líder nato, uma pessoa que desperte a necessidade de quebrar barreiras e “impor” uma mudança. Falo impor mesmo, pois será esse o papel. Muitos não querem as mudanças, nem mesmo nós. Elas nos causam pavor, medos, incertezas, insegurança e tantas outras sensações, mas mesmo assim, falta um ponto focal, um referencial que faça com que a humanidade de uma guinada em direção a algo.

Quando digo liderança e imposição me refiro ao fato de que além de todo o esforço para conseguir passar por entre todas as dependências de cada decisão, esse indivíduo deverá lutar contra os interesses poderosos. Interesses esses que almejam principalmente o caráter egoísta de cada um de nós.

É humano. Tentar proteger aqueilo que amamos ou que queremos ou que tomamos para si. Mas, em alguns casos é necessário abdicar dessa vontade e seguir uma vontade maior, uma força destinada a mudança e essa aceitação não é fácil e também não deve ser cega. Ela deve compor a mais profunda decisão da sua vida.

É como abdicar de tudo o que você conseguiu e entrar realmente em um universo paralelo, governado por outras força. Ai sim, serve o link para esse tipo de referencia a filmes e eventos fantásticos, é mais fácil clarear esse tipo de idéia.

Hoje, todos seguimos um grupo de liderança escusa e marginal, como assim? Todas as nossas decisões são pautadas em sobrevivência de um líder que sequer conhecemos e que sequer pode decidir por todos. Como assim? Por exemplo, saindo do menor para o maior. Como o seu chefe pode decidir o que é melhor para você se a principal e primeira preocupação dele é consigo mesmo? Como é que o seu síndico pode se preocupar e se doar, ou como nós podemos confiar nele, se o primeiro interesse é ele e sua família e em seguida o seu bem estar. Será que realmente o principal é a sua família? Será que antes mesmo dela ele não se coloca no lugar.

É como você possuir três mãos e estar pendurado a um penhasco de morte. A primeira agarra-se e segura forte pois será a sua salvação, as outras duas, você segura dois filhos. Um em cada uma delas. Qual você salvaria? Qual seria o seu conceito de decisão?

Se você soltar ambos, você morre por dentro, mas sobrevive.

Se você soltar um e resgatar outro, metade sua morre, e metade de você sobrevive, assim como um inteiro seu, o seu filho salvo também.

Como tomar a decisão e qual filho salvar? E se você tentar salvar os dois, você morre, pois a sua mão, não agüenta o peso. Como decidir, qual salvar? Quem salvar. Salvar-se, salvar o primogênito ou o segundo?

A nossa regra de criação e nossos genes fariam principalmente optarmos por salvar os dois e morrer, mas se você tentar levantar os dois, os 3 morrem pois suas forças vergaram nessa tentativa.

Sempre iremos salvar ao menos a prole, a nova geração. É biológico, ela é mais importante que nós mesmo pois é dela que depende nosso futuro, ou seja, num momento desse você optaria por tentar salvar os dois ou um deles, ou seja, você estaria morto.

Estaria? Você é tão desapegado a esse ponto? É capaz de morrer por outrem? Talvez uma mãe sim, que teve parte dela saindo de seu corpo, mas para um homem, acho muito mais complicado não pensar primeiro em si mesmo.

Enfim. Sexo a parte. Se você optasse por esse sacrifício, qual dos dois você salvaria? Como fazer essa escolha?

Vamos mudar o contexto um pouco. Você possui o SEU filho e o FILHO de UMA OUTRA pessoa na sua mão. Qual você deixaria viver qual você deixaria viver? Sendo assim, agora ponha-se no lugar dos primeiros personagens que relatei. Com é que por exemplo, o presidente da república pode decidir o que é melhor para você se ele mesmo sequer o conhece? Que tipo de liderança é possível quando não se pode ter contato? Sequer afinidade?

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