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Um trabalho voluntário é um trabalho. Onde a recompensa é ajudar, mas não se engane, você ajuda e procura ajuda. Você precisa dedicar tempo, esforço, paixão e paciência.
Também não deve ser um querer de empolgação, é frustrante ver muitos começarem e tantos sumirem pelo caminho sem ao menos dizer: tchau. Todos temos compromisso, então pense que é um curso, um grande aprendizado no período de um ano pelo menos.
Emprenhe-se.
Depois do sermão vale explicar o projeto: que ja está descrito nos sites acima em detalhes, mas é um projeto de ouvir, transformar/encantar e contar histórias. Em resumo: ouvimos idosos e incentivamos a falarem enquanto anotamos o que pudermos (pq eles curtem falar), depois sentamos e transformamos encantando a historia que os idosos disseram e em seguida, levamos essa historia para crianças e as contamos! Depois voltamos e contamos para os principais personagens e devolvemos tudo.
Enfim, se tiver intesse: entre nos sites no começo do post.
E quem é o Pangué?
Foi meu primeiro conto, a quatro mãos, com o Manoel Lobo (facebook: /manoel.lobo.1).
Ele ouviu a historia inicial do idoso que falou que morava no sertão, com seus irmãos e precisavam ir buscar água sempre, no lombo de um burrico.
Enfim: aproveitem.
Apresento a todos a história do Pangué.
Existiam três garotos comuns, sem maiores ambições que um prato de comida e uma boa e refrescante água com limão para beber.
Viviam uma vida pacata, comum, numa fazenda em um país muito distante governado por um cientista maluco.
Esses irmãos, toda os semana, pegavam o Pangué, um burrico inteligente e preguiçoso, para buscar suprimentos para família no castelo do cientista e viviam tranquilos sem muitas aventuras.
Certo dia, o cientista em um acesso de maluquice, proibiu a entrada de todos.
- A água está confiscada e é minha! Ninguém mais entra no meu Castelo!
A notícia se espalhou como fogo e pegou todos desprevenidos. A tristeza e desolação tomou conta de todos.
- Como faremos? Era a pergunta estampada nos olhos dos irmãos enquanto alimentavam Pangué.
- Temos que encontrar água, não importa como!
- Mas onde? Como? De que maneira vamos deixar nossa vida, nossa família e mudar tudo?
A discussão durou alguns dias enquanto a água de reserva ia acabando. O desespero e a tristeza se instalava. Era melhor desistir de tudo!
Foi então que o pai dos meninos os chamou e lhes ordenou que fossem à um reino distante, conhecido por suas abundantes águas límpidas e cristalinas.
Vocês devem trazer água para casa antes que seja tarde demais e acabemos morrendo de sede. Levem o Pangué com esses dois velhos baldes e os encham de água para que sobrevivamos a esses tempos difíceis.
O irmão mais novo foi montado sobre o velho burrico, que carregava também os dois baldes, um de cada lado, e seus irmãos o acompanharam a pé. Assim começaram sua jornada, em busca da água que salvaria sua família.
No entanto, o cientista maluco, governante daquele reino e auto-proclamado detentetor de toda a água do reino, não ficou nem um pouco satisfeito quando soube que alguém ousava tetar se apoderar de alguma água em seu reinado. Mesmo que a água em questão viesse de fora, isso certamente não estava certo! Ora, era uma petulância que algum de seus súditos ousasse querer água! E assim ele começou a arquitetar um plano para impedir que os meninos voltassem com aquela água.
Já havia alguns dias que os garotos estavam na estrada, rumo ao Reino das Águas Infindas, e não deviam estar muito longe agora, embora não soubessem disso. Deviam chegar lá em breve, mas estavam cansados, sedentos e famintos. Longe dalí, o cientista tinha chegado a um plano, certamente infalível, que tiraria os garotos de seu caminho e os impediria de alcançar a almejada água.
Observando-os com sua luneta de alta precisão e longa distância, do interior de seu castelo-laboratório, o cientista esperou até que os meninos se aproximassem de uma floresta densa e escura, à qual teriam de contornar antes de chegar ao seu destino. Quando eles estavam bem próximos, fez os cálculos finais e disparou de seu laboratório um dardo teleguiado em direção ao burrico dos garotos.
Ao sentir aquela picada repentina e dolorida, Pangué assustou-se muito e disparou em direção à floresta à sua frente! O irmão mais novo fez o que pôde para se segurar na sela, mas floresta adentro, acabou perdendo o equilíbrio e com uma forte pancada foi ao chão, enquanto o burrico continuava a correr assustado.
Ele vagou por aflitivas horas na mata sombria até conseguir encontrar seus irmãos, que também o procuravam. Os dois outros meninos já haviam recuperado o velho e assustado animal, e a muito custo convenceram-no a subir novamente no burrico. Mesmo assim, estavam agora perdidos, com fome, com sede e o irmão mais novo trazia o corpo dolorido da queda. Não sabe-se quanto tempo passaram vagando, quase sem esperança, no interior da floresta escura, até verem, muito ao longe, por entre as árvores, o brilho da luz do sol. Se animaram, a esperança se inquietando em seus peitos, e apressaram-se em direção à luz!
Ao saírem, se depararam com uma das visões mais fantásticas que já haviam tido em toda a sua vida: uma grande cidade se erguia à sua frente, bem no centro de um imenso lago azul e refrescante. Animados, os garotos pularam no lago e refrescaram-se antes de começar a diligentemente encher os baldes com água, e começarem os preparativos para a viagem de volta.
Uma linda moça, que estava próxima encantou-se com a animação dos irmãos e susurrou um segredo ao ouvido do mais velho.
Ele sorriu, agradeceu, juntou todas as coisas e tomaram o rumo de casa em um silencio que emanava alegria.
Caminharam de volta tanquilamente, ate que encontram o cientista que os esperava na estrava que levava para sua familia.
Vocês não passarão! Essa agua também é minha! - bradou rindo loucamente o cientista.
O irmão mais velho, cochichou algo na orelha do pangué que disparou contra o cientista tranaformando-se num dragão alado com uma calda dagua.
O cientista fugiu gritando, e as gotinhas de agua formaram varias nuvens, que se precipitaram em chuva.
A barreira criada pelo cientista ruiu. Os irmãos voltaram com chuva. E fartura.
E quando perguntaram, o que havia acontecido. O mais velho respondeu:
- Aquela moça bonita era uma fada sereia. Ela me disse que o Pangué sempre esteve em nossas vidas para muda-la! Para nos apoiar porque nos amava e dividiamos nossas melhores horas com ele. Que ele, em sua forma original de dragão retribuiria quando mais precisassemos. O que fiz? Susurrei: você é nossa familia, o protegeremos. Para agradecê-lo porque achei que era o fim!
Todos abraçaram pangué. Viram o pequeno corrego cristalino que reluzia a luz do sol. E sorriram, finalmente em paz e felizes.
O mais novo gritou: Tenho um limão!
Todos deram de ombro e se lembraram que o que eles mais gostavam, era de uma agua fresca com suco de limão. Riram e correram felizes para o rio com pangue relinchando atras!
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